Edgar Muza

Brasil é um país movido por crises

Na coluna de hoje vou tentar relembrar, de "memória", as crises pelas quais já passamos. Sem ordem cronológica, vou relembrando algumas. Certa feita faltou farinha no mercado. O Brasil não era um produtor tão forte de trigo. A Argentina, que tinha superprodução, aproveitado a crise, subiu seus produtos. A lei da oferta e da procura. O Brasil, à época, tinha estoque regulador, que zerou em pouco tempo. O que aconteceu é o que acontece sempre que faltam produtos nas gôndolas do mercado: o pão subiu de preço. Mas o Brasil não criou incentivo para aumentar a produção de trigo. Hoje, parece que estamos equilibrados. Sigo me lembrando dos fatos. O problema da "vaca louca", lembram? O Brasil, grande produtor pecuário, teve seus produtos atingidos pelo preço abaixo do custo e veio a crise pecuária. Alguns produtores, que tinham "estoque" em seus campos, não forçaram a venda para evitar o prejuízo. Questão de sobrevivência. Nem estou enfocando os problemas causados pela "aftosa". Andando no tempo, chegamos à crise da febre "aviária". Os produtores sofreram, por um lado, pelo aumento dos insumos e, por outro, pela baixa do preço no mercado. A divulgação dos problemas causados pela "galinha" influenciou a população a diminuir o consumo. Seguindo nessa linha, chegamos ao suíno. Denominada como a "febre suína", os países importadores do produto simplesmente deixaram de comprar. No Brasil, a carne de porco quase liquidou com os produtores. O porco não tinha nada que ver com a febre. Eles eram contaminados por nós. A influenza, que seria o substituto de todas as demais crises na saúde, até hoje continua matando gente, mesmo que tenhamos vacinas para evitar sua proliferação. A bola da vez é o coronavírus. Ele retorna com mais força que no passado. Como se sabe, porque a história conta, o vírus atual já atingiu a população mundial em outras épocas. Ele vem modificado e mais violento. A Ciência, diante da pandemia, trabalhou duro para fabricar vacinas que combate a pandemia. E aí, no Brasil, virou política eleitoreira. Cada um diz uma coisa e a população foi atingida pelo "pânico", que está causando a incidência de outras doenças. Tudo gerado pela ansiedade e o medo de morrer. É claro que a falta de produção de vacinas em quantidade que possa imunizar o "mundo" é a causadora. E o confinamento aliado ao desemprego fez com que muitas pessoas "subissem pelas paredes". Agora parece que está tudo resolvido. Já tem programação de recebimento de insumos e/ou de vacinas pelos próximos meses. Quem já foi vacinado está mais tranquilo. Quem ainda não foi continua tenso. Tudo isso surgiu porque li matéria que vai nos fazer refletir.

ONU CRITICA PAÍSES POR ESTOQUE DE VACINAS

A Organização das Nações Unidas (ONU), que é quem manda na Organização Mundial da Saúde (OMS), através de seu secretário-geral, vem a público para tecer críticas aos países que têm estoque de vacinas acima de sua necessidade. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, criticou os países desenvolvidos por criarem um "estoque" de vacinas contra a covid-19 e pediu aos mesmos que compartilhem os imunizantes com o restante do mundo a fim de ajudar a encerrar a pandemia. Disse mais: "Estou muito preocupado com essa distribuição bastante injusta das vacinas. É do interesse geral garantir que, assim que possível e de forma justa, todos sejam vacinados em todos os lugares, e que as vacinas sejam consideradas um bem público verdadeiramente mundial". É aquele negócio que muitos criticam nossas análises. Tudo é o mercado, regido pela lei da oferta e da procura. Compraram os insumos, e até as vacinas, para ter um "estoque" regulador para atender sua população. Isso fez com que o produto subisse de preço. Mais de 50% de acréscimo desde o início da pandemia. Quem tem estoque vai vender com um bom lucro que pode repor o dinheiro que comprou as doses. Então, a vacinação em seus países vai sair mais barato que todos os demais que até agora ainda não receberam. Então, quando a gente afirma que por "baixo do arroz tem linguiça" é a mais pura realidade. Concordam?


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