Cátia Liczbinski

A Conferência da ONU sobre o clima e o descaso do Governo Brasileiro

É consenso mundial a importância do ar puro e de um clima equilibrado para a manutenção da vida. Nos últimos anos a humanidade começou a entender que os recursos tão necessários e utilizados após a Revolução Industrial são escassos e preciosos. Por isso, desde o século passado os Países se reúnem por meio de Conferências que resultam em ações concretas no cumprimento das metas que cada País assumiu para proteção ambiental.
A Conferência da ONU que ocorreu na Escócia em 2021 (a COP 26 - Conference of the Parties) é a principal conferência mundial sobre o clima. Nela os países apresentam se cumpriram as metas que se comprometeram nos anos anteriores, e indicam quais as ações que estão tomando para diminuir a degradação ambiental. O Brasil, além de não cumprir as metas que assumiu nos anos anteriores, aumentou os problemas relacionados ao meio ambiente no país.
Neste ano, confirmou-se que as questões políticas e a política ambiental do Brasil na sua atual gestão são importantes entraves, que tornaram o País alvo de críticas e desvalorização mundialmente. Embora Bolsonaro encontrava-se na Europa no momento da reunião, ele não compareceu à Conferência, sendo que mais de 100 representantes de Estados estavam presentes e manifestaram-se defendendo suas ações em prol da sociedade mundial.
A ausência do Chefe de Estado brasileiro representou perante as demais autoridades mundiais e a sociedade o descaso pela questão ambiental e falta de comprometimento no cumprimento das metas que estavam acordadas.
Na COP26 estavam delegações de cerca de 200 países com líderes mundiais, ativistas ambientais, cientistas, autoridades religiosas e políticas (em torno de 25 mil pessoas) para discutir a crise climática e cobrar que as nações mostrem na prática como irão cumprir as metas definidas há seis anos, no Acordo de Paris.
Conforme observou-se, sequer o vice-presidente do Brasil compareceu. Segundo Mourão, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Bolsonaro é criticado pela comunidade internacional pela gestão ambiental do atual governo com foco no agronegócio.
O relatório do Observatório do Clima divulgado no dia 28 de outubro afirma que o Brasil não cumpriu o Acordo de Paris para 2020: ao invés de reduzir, elevou as emissões de gases estufa em quase 5%. No ano de 2020, em plena pandemia, enquanto o mundo registrava uma queda de 6,7% nas emissões, o Brasil seguia na contramão, com um aumento de 9,5% nas emissões, o maior desde 2006.
Na Conferência, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, garantiu que defenderia os interesses nacionais nas negociações climáticas, e que o país tem uma meta: reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030. O Brasil tem um desafios descritos no Artigo 2 do Acordo do Clima: reduzir emissões, erradicar a pobreza, gerar emprego e renda, e garantir alimento ao mundo. Esse é um desafio que poucos países têm.  
Espera-se um milagre. Que o Brasil seja a Fênix, renascendo das cinzas, como a ave mitológica que representa os ciclos da vida, o recomeço e a esperança num futuro melhor.
O Brasil é um dos países mais importantes do mundo pela sua dimensão continental. É considerado o pulmão do Planeta por causa da Amazônia, e possui grandes aquíferos essenciais para o equilíbrio da Terra. Ações concretas para a proteção ambiental são necessárias. É um grande projeto que necessita da união do Governo e toda a sociedade.

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