A próxima quinta-feira, 2 de fevereiro, é Dia de Iemanjá, que é considerada como a Rainha do Mar. Em tal dia, muitas pessoas vão para locais onde há água corrente para entregar as oferendas, como barcos, flores e perfumes. Na região, a tradicional festa de Iemanjá é organizada pela Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé (AEUB) e as comemorações acontecem no arroio Quebracho, em Hulha Negra.

De acordo com o vice-presidente da AEUB, Michel Martins, conhecido como Michel d'Xango do Reino de Oyá Niké e Xangó Agodô, há mais de 20 dias a associação vem se organizando para a festa, que será a primeira após a pandemia. Com a colaboração de toda a diretoria e a participação da Prefeitura de Hulha Negra e alguns voluntários, o espaço já todo organizado para receber os terreiros, fiéis e devotos da Mãe Iemanjá.

No domingo, os membros da diretoria organizaram as grutas e as imagens para que possam ser visitadas e ofertadas as oferendas. Também são os locais onde as pessoas realizam os seus pedidos.

Martins disse que o evento é aberto ao público e que a expectativa é que cerca de duas mil pessoas prestigiem a festa. "No dia primeiro de fevereiro, a partir das 23h, faremos a abertura oficial, com as representações religiosas e de autoridades dos municípios, e a meia-noite do dia 2 começarão os rituais dos templos e casas de religião", detalhou.

"Não sabemos quantos terreiros irão participar, porque muitos vão para a praia do Cassino, e há alguns terreiros que confirmam presença e não comparecem", ressalvou Martins.

Ao ser questionado sobre o que Iemanjá representa para os umbandistas, pai Michel d´Xangó explicou que a representação da Mãe Iemanjá é muito linda. "É um dos orixás mais reverenciados por ser mãe" afirmou. "Para nós, ela representa a mãe de todas as mães, mãe de todas as cabeças, aquele Orixá que guia nossa mente, que nos cuida e protege nossos pensamentos e cuida das pessoas com depressão e em diversas situações", elucidou.

A diretoria da Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé faz um alerta para os fiéis: o pedido é que não deixem resíduos, como garrafas, papéis e plásticos na beira do arroio e nos arredores dos santuários. Outra observação é o cuidado com as velas. Ocorre que como a vegetação está muito seca em função da estiagem todo o cuidado é necessário. "Estamos pedindo para que acendam as velas no local apropriado, longe da vegetação e até mesmo de árvores. Desta forma, evitaremos qualquer incidente", pontuou.

Perguntado se terá algum ônibus para fazer o transporte de fiéis de Bagé até o Quebracho, Martins disse que não haverá transporte.