Operação Hórus

Policiais de Bagé atuam em desmantelamento de facção

  • Divulgação/Polícia Civil - Foram cumpridas mais de 160 ordens judiciais nos estados

Quatorze pessoas foram presas e quase uma tonelada de embalagens falsificadas de agrotóxicos apreendida, nesta semana, pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, durante a Operação Hórus. A investida, que desmantelou uma organização criminosa que comercializava e falsificava agrotóxicos de uso proibido no Brasil, foi deflagrada no Rio Grande do Sul e nos estados do Paraná e Bahia.

Policiais da Operação Hórus de Bagé participaram das investigações. Foram executadas mais de 160 ordens judiciais: 11 mandados de prisão preventiva (chefias da organização), 55 mandados de busca e apreensão em residências e empresas (em 15 cidades do Rio Grande Sul, um do Paraná e cinco na Bahia), 22 mandados de busca e apreensão de veículos (usados ou adquiridos pela organização criminosa), 37 mandados de sequestro de bens e rendas e suspensão dos CNPJs das empresas "laranjas".

Dentre as cidades alvos da operação, destacam-se São Luiz Gonzaga, Santo Antônio das Missões, Roque Gonzales, Bossoroca, Santiago, Itacurubi, Passo Fundo, Marau, Palmeira das Missões, Nova Ramada, Santo Ângelo, Giruá, Humaitá, Tiradentes do Sul e Cruz Alta, no Rio Grande do Sul; São Desidério, Novo Paraná, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e Riachão das Neves, na Bahia; e Marialva, no Paraná.

A operação policial é resultado de uma investigação realizada pelo Departamento de Polícia do Interior (DPI) e da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de São Luiz Gonzaga (Draco), que coordenam a Operação Hórus na Polícia Civil do RS. Ambos são coordenados também pelo DPI da SSP e Chefia da Polícia Civil.

No Rio Grande do Sul, além de 125 policiais civis, participaram policiais da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Batalhão de Operações Especiais, Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento, Receita Federal, Secretaria Estadual da Agricultura e Instituto-Geral de Perícias. No Paraná e Bahia participaram a Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento.

A investigação

As investigações da Draco São Luiz Gonzaga iniciaram há cerca de um ano, a partir de uma demanda da coordenação central da operação Hórus (Ministério da Justiça, em Brasília), juntamente à Secretaria de Segurança Pública do RS e Chefia da Polícia Civil, já que estudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicavam que, desde meados do ano de 2021, o RS tornou-se a porta de entrada de agrotóxicos ilegais fabricados na China e na Índia, que ingressam no território brasileiro pelos países vizinhos da Argentina e Uruguai.

Tal situação, que representa enorme risco à saúde pública, ao meio ambiente e à economia local e nacional, resultou num trabalho conjunto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que, por intermédio da Operação Hórus e Operação Controle Brasil, mapeou alguns grupos envolvidos e os pontos de ingresso dos agrotóxicos, resultando num trabalho investigativo amplo, que congregou todas as bases Hórus da Polícia Civil (São Luiz Gonzaga, Santiago, Bagé, Passo Fundo e Três Passos).

A organização criminosa tinha como sede principal a cidade gaúcha de São Luiz Gonzaga e se dividia em 6 células, que eram compostas por 34 pessoas físicas e 3 pessoas jurídicas (empresas). Dois grupos menores, um deles sediado na zona rural de Roque Gonzales e outro em Humaitá, ambos no RS, eram os responsáveis pelo fornecimento dos agrotóxicos proibidos e insumos usados na falsificação.

Células atuantes

As demais quatro células se dividiam na falsificação dos produtos e embalagens, na venda dos agrotóxicos proibidos e na lavagem da renda do crime por meio de "laranjas", tendo como sede principal a cidade de São Luiz Gonzaga.

No decorrer das investigações, que contaram também com a participação efetiva dos demais órgãos de segurança pública e fiscalização envolvidos na operação Hórus de grande parte do Brasil, apurou-se que a organização criminosa era chefiada por um grupo de produtores rurais e empresários, alguns deles do ramo de insumos agrícolas, sendo que alguns deles movimentaram, em poucos meses - de janeiro a agosto de 2022 - mais de 25 milhões de reais em contas bancárias de "laranjas" (empresas, parentes e amantes).

A organização criminosa enviou cargas de agrotóxicos ilegais para diversos produtores rurais do Brasi.


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